Os desportos de aventura mostram-nos diversas formas de aproveitar a vida, tanto no tempo livre como até mesmo um modo de vida, pois muitos desportistas ganham a vida a fazer o que mais gostam. Este é o caso de Rodrigo Pessoa, feliz por poder dedicar-se à equitação, a sua grande paixão.
Rodrigo Pessoa é o cavaleiro com maior talento na atualidade. O seu palmarés é impressionante, pelo que dele espera-se sempre o melhor.

Rodrigo é um ídolo mundial e no seu país, Brasil, comparável a Pelé, sem esquecer o seu pai, o grande Nelson Pessoa, uma página viva da hípica mundial: simplesmente um génio.
Biografia
Nasce em Paris a 29 de novembro de 1972. É filho de Nelson e de Regina, de quem herdou o amor pelos animais. Vive entre França e Bélgica, embora ultimamente tenha fixado residência neste último país.
Os primeiros passos de Rodrigo foram com póneis e já então começou a demonstrar um talento especial para a equitação. Estreia-se nesta categoria em Hickstead em 1981. Em 1984, nesta mesma categoria, conquista o seu primeiro título: campeão da Bélgica. Repete este título em 1985.
Em 1988 vence o GP de Juvenis de Milão e de Reims, em França, e em 1989 fica em 1º lugar no campeonato da Europa de Juvenis, título que não lhe é atribuído por ser de nacionalidade brasileira.

Surge uma estrela
- Em 1990 já compete nos GP de Nice e de Donaueschingen. Nesse mesmo ano, no campeonato do mundo de Estocolmo, vence a "opening class", deixando antever quem viria a ser na hípica. Toda a gente começa a falar da nova estrela.
- Em 1991 vence o GP de Zuidlaren e de Paderborn.
- Em 1992 compete, com apenas 19 anos, nas Olimpíadas de Barcelona, onde se classifica em 9º lugar individual.
- Em 1993 vence os GP de Wiesbaden, Paris e Aachen, assim como o Derby de Eindhoven.
- Em 1994 conquista a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos na Argentina, ano em que também vence em Aachen e Aarhus.
- Em 1996, formando equipa entre outros com o seu pai, consegue a medalha de bronze nas Olimpíadas de Atlanta.
- Em 1997 vence os GP de Manheim, Geesteren e Aachen.

- Em 1998, com Baloubet, vence em Helsínquia a Taça do Mundo. Nesse mesmo ano, vence em Roma, com Lianos, o campeonato do Mundo. Algo que ninguém tinha conseguido.
- Em 1999 volta a vencer a Taça do Mundo e também vence os GP de Paris-Bercy, Berlim e Amesterdão, e o Derby de La Baule. Nesse mesmo ano termina como líder no ranking mundial da FEI.
- No ano 2000 volta a vencer a Taça do Mundo em Las Vegas; conquista o bronze por equipas nas Olimpíadas de Sydney, onde chega à última prova como líder individual, e claro favorito, mas o seu garanhão Baloubet para no triplo e a vitória fica para Jeroen Dubbeldam.
- Na última Taça do Mundo (abril 2001) fica em 2ª posição. Mas ainda antes, nesse ano, entre outras classificações, foi 2º no "Mercedes Swiss Master" e no "Mövenpick Classic" de Zurique e 9º no Grande Prémio CCF de Bordéus.
- Mas falar de Rodrigo implica falar do seu pai, Nelson Pessoa.
- Nelson Pessoa é para muitos o melhor cavaleiro da nossa época. Bem, de uma época muito longa, pois começou a triunfar na alta competição nos anos cinquenta e só recentemente se retirou, possivelmente cansado depois de tantos anos e sobretudo vendo que a sua semente frutificou de forma tão brilhante.
- Nelson foi recentemente submetido a uma intervenção cirúrgica às vértebras cervicais mas já voltou a montar, embora não o faça mais nas grandes competições.
- Chegou à Europa nos anos sessenta como cavaleiro profissional. Neco devia saber muito bem do seu talento para vir para um continente que não conhecia e onde a profissionalização dos concorrentes era pouco comum; a equitação era fundamentalmente militar. Embora já tivesse destacado como juvenil no Brasil e vencido provas muito importantes na Argentina.
- Alfonso Queipo de Llano comentava que quando Pessoa começou a competir na Europa, embora demonstrasse um grande talento, caracterizava-se por ser muito lento. "És mais lento que o Pessoa", chegavam mesmo a dizer alguns para destacar um percurso não rápido. Claro que rapidamente mudou e tornou-se, possivelmente, no mais rápido.
- Em 1956 foi olímpico em Estocolmo.
- Em 1961 muda-se para a Europa.
- Em 1967, nos Jogos Pan-Americanos em Winnipeg (Canadá), com a equipa brasileira, vence o ouro e a prata a nível individual.
O currículo de Nelson Pessoa nem caberia na internet, mas podemos destacar que venceu mais de 150 Grandes Prémios Internacionais, duas medalhas de ouro por equipas e uma individual nos Pan-Americanos, 5º individual nas Olimpíadas de Tóquio, sete vezes (recorde) vencedor do Derby de Hamburgo, seis vezes (recorde) vencedor do Derby de La Baule, três vezes vencedor do derby de Hickstead, medalha de bronze por equipas nas Olimpíadas de Atlanta...
Como treinador, trabalhou com muitos dos melhores cavaleiros do mundo e, claro, foi grande artífice dos sucessos do seu talentoso filho.

Em Sydney 2000, treinou a equipa da Arábia Saudita e um dos seus elementos conquistou a prata individual. Não se pode pensar nem dizer mais.
Nelson Pessoa também deu muitos clinics em Espanha (atualmente treina Pilar Cordón, vencedora das duas últimas edições da Liga de Alta Competição).
Foi competidor assíduo dos concursos internacionais espanhóis, principalmente Madrid e Barcelona. Nos últimos anos vimo-lo, tal como a Rodrigo, no "Sunshine Tour" de Montenmedio.
Equitação única e relevante
Mas devemos dizer que Nelson Pessoa é um sábio da equitação, quase um revolucionário. Do seu grande poder de observação surgiram importantes e inovadores conceitos na equitação: o seu assento, as suas montarias, a forma de pegar nas rédeas, a forma de trabalhar e treinar os cavalos, o seu estilo particular e equilibrado..., um mago da equitação. Irrepetível.