O Parque Nacional Marinho da ilha de Bastimentos acolheu as filmagens do famoso programa da Telecinco na sua edição do ano 2000.

Descobre um pouco mais sobre este paraíso

Neste paraíso, que por vezes não o foi tanto, os concorrentes do espaço da Telecinco "Sobreviventes" tiveram de enfrentar as mais duras condições de vida até encontrar um vencedor dos tão desejados dez milhões das antigas pesetas do prémio. Pois bem, caso te tenhas perguntado onde se encontravam aquelas águas cristalinas que podias ver nos teus ecrãs, diremos que não eram outras senão as do Parque Nacional Marinho da ilha de Bastimentos, no Panamá.

Conheça a ilha dos Sobreviventes 2000


Este parque, criado em 1988, está situado a norte da província panamenha de Bocas del Toro e conta com uma superfície de 13.226 hectares distribuídos por uma série de ilhas e ilhéus, localizados entre a baía do Almirante (cujo nome honra a memória do descobridor da América, Cristóvão Colombo) e a Laguna de Chiriqui. Nelas encontraremos um dos mais variados ecossistemas caribenhos, já que não só possui impressionantes recifes de coral e praias salpicadas de coqueiros, como também florestas, pântanos e mangais onde podemos encontrar inúmeras espécies, tanto vegetais como animais, de valor e beleza incomparáveis.

Neste local existe uma ampla e variada oferta de atividades para realizar, mas sem dúvida que uma das principais é o mergulho. Podes mergulhar a partir das suas praias arenosas, onde encontrarás centenas de tartarugas verdes, de couro, cabeçudas e de pente a nidificar e a acasalar, entre os meses de abril e setembro, ou aventurar-te por um dos seus canais e percorrer os mangais onde, se tiveres sorte, poderás ver algum golfinho.

 Paisagens de filmes


Como chegar

A forma mais fácil e rápida de chegar até lá é apanhar um avião na Cidade do Panamá que te levará numa hora. Se preferires ir por estrada, levarás um pouco mais de tempo, já que tens de apanhar a autoestrada Interamericana até à cidade de Chiriqui, uma vez aí desviar pela estrada que atravessa Gualaca, até Chiriqui Grande. A partir deste ponto e até à ilha de Colón é preciso apanhar um ferry, que faz a viagem em cerca de duas horas, mas confirma os dias em que sai.

Quanto à temperatura não te deves preocupar, já que a média anual é de 27 ºC, mas deves ter em conta se estás na estação húmida ou seca antes de te aproximares daqui. As épocas mais húmidas são de maio a agosto e de novembro a janeiro. As estações secas abrangem de fevereiro a abril e durante setembro e outubro.

O primeiro local para onde deves ir se decidires visitar este lugar paradisíaco e viver a tua própria aventura subaquática, é a cidade de Bocas del Toro. Aí, além de interessantes mostras culturais indígenas, tanto artísticas como folclóricas ou arquitetónicas, poderás encontrar hotéis para todos os gostos e bolsos, restaurantes, serviço telefónico internacional e, o que mais nos interessa, aluguer de equipamento para as imersões, táxis (terrestres e aquáticos) e serviços de guias. Nem toda a gente tem de sofrer as privações dos concorrentes da Telecinco para se deliciar com a fauna e a flora destas ilhas caribenhas.

 Descubra o Panamá


Vida submarina

A beleza submarina deste lugar irá surpreender-te, embora não seja de fácil acesso (especialmente se chegares por terra). Tanto na zona norte como na sul de Cayo Zapatilla poderás desfrutar de uma das poucas regiões da América do Sul onde o ecossistema foi preservado, ao mesmo tempo que percorres águas cheias de história, não em vão, e como tantos outros lugares das Caraíbas, foi refúgio de piratas e bucaneiros desde o século XVII. Mas não te esqueças de pedir antes uma autorização para visitar o Parque Marinho, já que todo este espaço está, e com razão, muito protegido.

A água cor de turquesa destas ilhas alberga no seu interior uma abundância de peixes, como marlins, peixes-vela, barracudas, agulhas, donzelas, raias e pargos vermelhos, e uma infinidade de espécies que não só serão o deleite de mergulhadores como também de fotógrafos e videógrafos subaquáticos; sem falar das anémonas, ouriços-do-mar, caranguejos ponta de flecha, camarões peppermint, moreias, lagostas, estrelas-do-mar aranha e esponjas, de todas as cores e formas, que encontram o seu lar nas cavidades dos recifes de coral de Bocas, que têm a honra de ser os que contam com maior índice de cobertura viva de todo o Panamá.

 Ilha Bastimentos


As melhores formações coralinas encontrarás no ilhéu Maior, a uns 300 metros. Este local, chamado Ilhas de Coral, é de pouca profundidade (seis metros), pelo que as imersões são recomendadas também para principiantes. Irás mergulhando entre ilhotas e cruzar-te-ás com pargos, peixes-anjo, garoupas, peixes-papagaio ou borboleta, entre outros.

Não deixes de te aproximar da parte de trás das rebentações, aí encontrarás uma parede com pequenas grutas que podem atingir os 15 metros de profundidade. Em ambos os locais terás de esperar que não sopre vento norte, já que as condições se tornariam adversas e é muito difícil mergulhar em Cayos Zapatillas se for assim.

Com os pés na terra


Na superfície terrestre a variedade animal e vegetal é também de uma magnitude extrema e nem todas as espécies são muito amigáveis, e se não perguntem aos protagonistas de "Sobreviventes". Na parte pantanosa podemos encontrar, por exemplo, crocodilos, manatins, caimões, cipós, cobras coral, peixes-sável e tesourinhas. Embora, em geral, além do Parque Marinho, é o céu que ocupa grande parte dos interesses dos visitantes que ali acorrem. A observação de aves tornou-se no passatempo preferido de inúmeras pessoas e Bocas del Toro é um dos seus refúgios preferidos, especialmente na ilha dos Pássaros (Swan Key), o seu santuário, ou em Cayo Cisne. Espécies como o bem-te-vi grande, fragata magnífica, vários tipos de garças e garçotes, o gavião caranguejeiro, o guarda-rios ou o pelicano pardo são fáceis de avistar nesta zona.

 Mergulhe no Panamá


Se és daqueles que gosta de se aventurar pela selva, encontrarás uma paisagem no mínimo peculiar, especialmente para olhos europeus. Florestas tropicais húmidas e de colina frente a grandes planícies costeiras, com árvores de uma altura impensável, sub-bosques frondosos e densos e espécies para nós exóticas, como palmeiras, mogno negro, vermelho e rajado. Também poderás visitar uma das mais importantes colónias indígenas (guaimi) de toda a zona, em Quebrada de Sal. Mas se atravessares a pé a Ilha de Bastimentos lembra-te que não há caminhos através da floresta e que, portanto, é fácil perder-te e de certeza que não te apetece passar três meses sem comida, água ou forma de voltar à "civilização" ou... quem sabe?