Escapada de fim de semana: Os Picos da Europa

Após a visita à Igreja, seguimos o único caminho que nos leva a Potes. Para conhecer esta localidade, deixamo-nos guiar pela rota de pedestrianismo que nos propõem os diferentes folhetos. Começamos pela Torre del Infantado, que se ergue no centro da vila. É considerada o símbolo de toda a Idade Média desta zona. Centenas de batalhas e guerras passaram diante dos olhos vigilantes desta construção do século XIV. Pela Rua da Independência, dirigimo-nos à antiga Igreja de San Vicente, o centro máximo de atenção de Potes. É um conjunto de acrescentos de diferentes épocas, embora datado do século XV. 

A Casa da Cultura, a Torre de Orejón de la Lama ou a ponte medieval são algumas das coisas que podemos encontrar a caminhar por estas ruas. Mas isto é apenas uma parte do que a vila oferece. Existem mais monumentos distribuídos por qualquer lugar da cidade. Nós recomendamos que, após ver tudo isto, se dirijam à Rua Cântabra, onde poderão encontrar produtos típicos da zona.

Pegando na estrada em direção a Vega de Liébana, chegamos a Valmeo. Nesta localidade situada junto ao rio Quiviesa, destaca-se a casa solariega de Colmenares. À medida que avançamos no nosso caminho, entramos no espaço verde e natural que caracteriza os Picos da Europa. Exemplo disso é Vega de Liébana, capital do município que tem o mesmo nome. A igreja paroquial junto ao cemitério, a espadana que servia de campanário para chamar os vizinhos à missa, e o moinho são os elementos principais.

A paisagem é produto da simplicidade das suas aldeias e dos campos verdes que se estendem até às montanhas, o que deu fama ao lugar. Pequenas construções de pedra que configuram as aldeias, uma humildade e simpatia próprias das suas gentes, a beleza clássica da natureza... Um mundo à parte que se pode ver refletido em qualquer localidade próxima como Enterrías, Bores, etc., todas elas dispostas ao longo do caminho que nos leva à próxima paragem: Llánaves de la Reina.

Mais adiante, deixamos para trás a estrada confortável que até agora tínhamos seguido e continuamos pelos caminhos inóspitos que transformam o percurso numa aventura. Mas como já está a anoitecer, optamos por parar e descansar num hotel que nos dê abrigo. Amanhã, com a luz clara do dia, percorreremos o que nos falta e finalmente conheceremos a famosa Rota do Cares.

Existem duas opções para realizar o trajeto: ou começar em Posada de Valdeón, de onde nasce o rio e a verdadeira Rota do Cares, ou começar em Caín, sete quilómetros mais à frente, onde começa a garganta divina, a parte mais espetacular da rota. Nós, sem conseguir conter a curiosidade por conhecer o Cares, dirigimo-nos diretamente para Caín.

Já em Caín, estacionamos o carro e seguimos para a entrada da rota. A estreita garganta que se apresenta diante dos nossos olhos antecipa a maravilhosa combinação de água e rochas que dão origem à Rota. O caminho plano que daí parte segue encaixado entre paredes verticais e quedas de vertigem que parecem não ter fim. Uma sucessão de grutas e túneis abre-nos a porta para o mundo em que o Rio Cares é o rei.

Apesar de serem apenas 12 quilómetros desde Caín até à Ponte Poncebos, nós damos meia-volta antes de chegar, pois tínhamos deixado o carro em Caín e não tínhamos tempo para percorrer a garganta duas vezes: uma de ida e outra de volta. Por este motivo, aconselhamos que ou dediquem um dia inteiro à rota ou levem dois carros, de forma a deixar um em cada ponto, para se poderem deslocar de uma aldeia para outra sem dificuldade.

Tanto ir e voltar abriu-nos o apetite. E, aproveitando que nos encontramos numa das zonas mais ricas de Espanha gastronomicamente, dirigimo-nos a qualquer aldeia próxima onde possamos desfrutar de uma boa refeição. Nós deixamos isso à vossa escolha. Mas não se preocupem, porque qualquer uma das aldeias desta zona saciará todo o vosso apetite, deixando-vos um bom sabor de boca. Bom proveito!