Como voar um kite

Muitos desportos aquáticos requerem prática para poder conhecer o meio e saber manobrar nele, pois o estado da água dependerá do clima, do ondulado, da estação do ano, do vento... Em suma, de uma série de fatores a ter em conta que farão com que a atividade se realize de forma correta ou não.

Se queres praticar kitesurf não só tens de ter em conta estas recomendações, como também precisas de saber como utilizar o material correspondente, como é o caso do kite.



Como voar um kite de kitesurf?

O valenciano Raúl Arellano é um experiente kitesurfista que nos explica através do blog de kitesurf da Comunidade Valenciana como devemos fazer para controlar melhor o kite. Muitos são os riders que praticam este desporto mas, saberias explicar como funciona exatamente o kite?

Ver como um kitesurfista faz mil piruetas no mar ajudado pelo vento é algo verdadeiramente fascinante e que a mais de um nos deixa de boca aberta. À primeira vista parece que é muito simples, mas não só requer a sua técnica como também há uma teoria científica por trás que respalda o porquê de o kite precisar de ir numa determinada direção ou realizar diversos movimentos para poder levantar voo.

O kite não voa porque apanhe o vento, mas sim porque o kite gera uma força relacionada com a velocidade do vento e as diferentes pressões. Graças a este jogo, a força decompõe-se em duas: de forma paralela e perpendicular ao vento, obtendo resistência e sustentação.

Aqui vamos dar-lhe um ar científico e vamos explicar o Teorema de Bernoulli, base para a teoria da sustentação. Abaixo explicamos a fórmula, mas vem dizer que a pressão total é a soma da pressão estática mais a dinâmica, permanecendo sempre constante.
A pressão total deveria manter-se constante para uma altitude de voo constante, considerando para isso o nível do mar:

P= p_o+1/2 Á V² = Constante

P= Pressão total
p₂= Pressão estática
1/2 Á V²= Pressão dinâmica
Á= Densidade do ar
V= Velocidade relativa do ar

Como podemos ver no seguinte desenho, numa corrente de ar o vento 1 (V1) que circula por cima do perfil é mais longo que o percurso que realiza o vento 2 (V2), que circula pela parte baixa do perfil. Para chegar então ao ponto de destino ao mesmo tempo, V1 terá de ir mais rápido que V2, mas isto só se cumprirá sempre e quando haja baixas velocidades.



Se mantivermos a primeira premissa do teorema antes explicado em que a pressão deve manter-se constante e tendo em conta que nesta ocasião a velocidade de V1 é maior que a velocidade de V2, só se poderá manter a igualdade se a pressão p1 diminuir. Isto criará depressão na parte alta do kite, principal causa da sustentação e da resistência de que falávamos antes:

p₁+1/2 Á V₁² = p²+1/2 Á V₂² = Constante



Aqui vos deixamos um vídeo demonstrativo para entender melhor a força de sustentação: