É uma técnica muito eficiente para chegar a locais inacessíveis ou de difícil acesso de forma rápida e segura. Por esta razão, trata-se de um método de descida que se pratica em diversos desportos radicais. Quando se trata de montanhismo, caminhada, canyoning, escalada ou espeleologia, a descida em rapel é uma parte fundamental para estes desportos de aventura.

Mas o rapel nem sempre foi um desporto, de facto, é uma prática muito antiga, cujo primeiro registo de uso na história remonta a 1876, quando um alpinista francês, Jean Charlet Straton, realizou o primeiro deslocamento usando um "descensor metálico". A técnica de rapel tem sido muito utilizada nas operações militares e em operações de resgate, tanto em montanha como em zona urbana. Sem dúvida, trata-se de uma atividade de grande utilidade.

Para colocar em marcha o sistema de rapel, existem diferentes padrões que utilizam diversos materiais. Para aprender sobre estes arquétipos de rapel, enunciaremos primeiro o material necessário e, em seguida, os diferentes procedimentos de rapel.
Equipamento de rapel
Como os sistemas de rapel são variados, a sua utilização pode requerer diferentes ferramentas, mas basicamente encontraremos sempre alguns destes materiais:
- Corda
- Fita plana (para evitar que a corda de rapel sofra desgaste)
- Mosquetões (alguns com segurança e outros sem)
- Arnês
- Pata de ancoragem
- Descensor
- Capacete
- Luvas
Alguns dos materiais enunciados são mais preventivos do que necessários, mas convém estar bem preparado para uma atividade de rapel, já que não deixa de ser um desporto radical que requer medidas de segurança.
Nem todos estes elementos são necessários para cada tipo de descida, por isso agora veremos as diferentes modalidades de rapel e a forma de as executar.
Técnicas de rapel
Basicamente, no rapel encontraremos três grupos nas suas diferentes técnicas de descida:
- O rapel que implica uma fricção com o corpo
- O rapel com atrito de mosquetões
- O rapel com descensores
Estas diferentes categorias de rapel implicam distintos materiais e são empregues em diferentes situações ou com diferentes propósitos. É importante ter em mente que cada uma destas técnicas possui uma certa ciência e necessita de prática, assim como de uma pessoa experiente para mostrar exatamente os posicionamentos das cordas e demais. No entanto, podemos explicar em que consiste cada uma delas:
Rapel de corpo. Na primeira categoria, encontraremos os seguintes rapéis de fricção:
- Rapel de braço: Em paredes com pouca verticalidade, esta técnica requer apenas a utilização de uma corda, colocando-a sobre o ombro e passando-a em volta dos braços em posição estendida para controlar a velocidade de descida através da fricção e do nó na mão por onde passa a corda.
- Rapel Espanhol (também chamado rapel Dulfer): O sistema de rapel mais simples que existe consiste em que a corda passa entre as pernas, dando a volta às ancas para passar por cima do ombro oposto (tem que cruzar o peito), desce pelas costas e por baixo do braço para o controlar com a mão. Cuidado com o cabelo solto!

Rapel de mosquetão. Na segunda categoria, trata-se também de um rapel simples com pouco equipamento:
- Rapel Gramminger. Esta técnica necessita de 7 mosquetões, utilizam-se os que têm uma forma de "D", dos quais um tem que ter segurança, dois precisam de gatilhos opostos e os outros 4 sem segurança. Esta técnica também se chama rapel de bombeiros.
- Rapel Mosquefreno. Do lado da segurança do mosquetão, dão-se três voltas com a corda e prende-se ao arnês com outro mosquetão. Conforme o número de voltas que se dê à corda, aumenta a fricção e, consequentemente, torna mais lento o deslizamento.

Rapel com descensor. A nível de segurança, estes são os rapéis mais eficientes e, consequentemente, costumam ser os mais utilizados tanto em desportos como em resgate:
- Rapel com oito. Chama-se assim em referência ao elemento chave desta técnica. O "Oito" é um artefacto metálico com a forma do número 8 e cuja simplicidade de utilização o transformou num clássico, sobretudo no desporto de escalada. No entanto, hoje em dia tem sido substituído por descensores mais modernos e eficientes, pelo que é cada vez mais incomum.
- Rapel com polia. Sobretudo para espeleologia, o rapel com polias permite um bom controlo da descida em grutas, canhões e rios subterrâneos. Trata-se de formar um "S" com a corda a passar pelos descensores polias, que existem com ou sem segurança.
- Rapel com instrumentos tubulares. O seu coeficiente de fricção é muito maior do que com outras técnicas ou dispositivos. Requerem pouco esforço para controlar a descida e a sua utilização não enruga a corda. São muito práticos, de fácil utilização e seguros.
- Rapel com marimba. Muito utilizada em espeleologia, trata-se de uma descida de grandes paredes verticais e funciona com cordas engorduradas e é formado por barras.
Para pôr em prática todas estas técnicas, recomendamos que contactes especialistas que te poderão ensinar cada passo para realizar estas descidas de forma controlada e com a máxima segurança possível. Agora que estás mais informado, anima-te a fazer uma descida de rapel.