
Nós, mexicanos, sabemos melhor do que ninguém o quão importantes são os vulcões para a nossa cultura, especialmente na época pré-hispânica, quando se prestava especial atenção a estas formações e até se lhes prestavam rituais e cultos. La Malinche é um dos exemplos mais claros que existem.
Este vulcão, situado entre Puebla e Veracruz, muito próximo de Tlaxcala, é um dos mais bonitos que há. Também chamado Malintzin, Matlalcueye, ou antigamente Matlalcueitl pelos tlaxcaltecas, cujo significado é "Saia Azul", chegar até ele constitui uma das formas mais espetaculares de fazer uma caminhada, graças às diferentes rotas que atingem aproximadamente os 4.442 metros de altura.
A Malinche ocupa o sexto lugar entre as montanhas mais altas do estado de Tlaxcala e é, de facto, o ponto de referência no Parque Nacional da Malinche. Mas não é a sua altitude que torna este vulcão tão especial, e sim as características da sua composição, pois encontrarás encostas repletas de carvalhos, pinheiros ou oyameles, outras com areais imensos e outras extremamente inclinadas. Uma combinação pouco comum, especialmente nesta zona do México, pelo que é uma aposta segura para uma caminhada sem igual.
Apesar de a rota que te propomos não atingir os 14 km, o desnível acumulado não é para qualquer um, já que na subida encontrarás 1.368 metros e na descida cerca de 1.384 metros. No entanto, a vista que terás da Malinche e de tudo o que rodeia este vulcão com nome de mulher vai deixar-te sem palavras.

Para começar a rota da Malinche, deves partir das faldas do vulcão. Geralmente, é um percurso feito no início do ano para aproveitar as temperaturas mais amenas. Como já referimos, para o percorrer, é aconselhável ter um nível físico médio e praticar caminhadas regularmente, pois levarás cerca de um dia, com uma média de 6 horas de subida e 3 de descida. Existe também uma segunda opção para chegar ao cume do vulcão, um pouco mais fácil, através da floresta da montanha, perfeita também para desfrutar da paisagem e da sua flora e fauna.
Independentemente do percurso que escolhas, recomendamos sempre que vás acompanhado por um guia certificado, que te marque os tempos, te aconselhe em cada passo e te vá explicando tudo o que vais vendo. É a melhor forma de não cometer erros, pois, sendo técnicos locais, saberão mergulhar-te na cultura do nosso país com todos os detalhes.
Quanto ao resto das recomendações, se já tens experiência em montanhismo, deixa-te levar pelo teu conhecimento e por algumas dicas que o guia te possa dar. Mas, como sempre, não podem faltar:
- Calçado de montanha, que adira bem ao terreno e que já tenhas usado antes para evitar feridas nos pés.
- Começar a rota cedo, de preferência por volta das 8 da manhã, para aguentar melhor as temperaturas durante a subida ao cume.
- Aproximadamente 1,5L de água por pessoa, já que o clima é bastante húmido e a desidratação não é uma grande preocupação nesta rota.
- Leva alguns snacks energéticos, frutos secos, bananas, algo com açúcar... Coisas que te mantenham com energia suficiente sem adicionar muito peso extra à tua mochila.

Quanto ao início da aventura, o melhor é começar no Centro Vacacional Malintzi, em Altamira de Guadalupe (Huamantla), onde poderás estacionar o carro e começar a caminhada em direção à Malinche.
Se queres viver uma experiência inesquecível a 100%, podes alojar-te na zona em lugares típicos como haciendas ou até em encantadoras cabanas que encontrarás muito perto da montanha.
Lembra-te que, de qualquer ponto de Tlaxcala, sendo este o estado mexicano mais pequeno, poderás ver o imponente vulcão em qualquer lugar, por isso ficar alojado na zona é, sem dúvida, acrescentar emoção à tua aventura cada vez que vires a imponente encosta e souberes que em breve estarás no seu cume.
A Malinche não é importante apenas para os apaixonados por alpinismo. Historicamente, é um local de culto, peregrinação e até já foi retratado no cinema, por isso sabes que é uma aposta segura para viajar até aqui e absorver a história que acompanha este gigante montanhoso.
